
São mais de 500 obras em exibição, incluindo 45 trabalhos do primeiro acervo do MAM-SP, doado à USP em 1963 e hoje no MAC-USP, além de 200 documentos, entre catálogos, folders e cartazes de exposições, cartas, projetos e contratos que retomam a trajetória de um dos museus mais relevantes no cenário artístico nacional.
A história da constituição de uma identidade moderna no Brasil e a da criação dos Museus de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro (que também completa 60 anos em 2008) estão intimamente ligadas e não poderiam existir de outra forma. A mostra parte de um núcleo do modernismo histórico da primeira metade do século 20 e chega até o presente, pondo em foco tanto as dificuldades de institucionalização do ideário modernista como sua possível e problemática atualidade na cena contemporânea. Põe-se em xeque uma visão de arte moderna como algo homogêneo e de contornos definidos.
O núcleo documental encontra-se no piso térreo da Oca. Nele, serão destacados alguns aspectos centrais da história do MAM, desde sua fundação em 1948 até os dias de hoje. Por intermédio de documentos de diferentes naturezas e de obras associadas a momentos pontuais da vida do museu, a mostra fornece ao público um panorama de uma história complexa, caracterizada pela busca de uma identidade (fundação e constituição da coleção, relações com o Museu de Arte Moderna de Nova York, expo

O Museu de Arte Moderna de São Paulo promove, também na Oca, “Frans Krajcberg: Natura”, com entrada franca. Na mostra, o artista brasileiro precursor da arte ecológica no Brasil retoma as premissas propostas no Manifesto do Rio Negro, que será lido na abertura pela atriz Christiane Torloni, em cerca de 65 esculturas e 40 fotografias feitas e selecionadas por ele. Krajcberg é o artista convidado para a celebração dos 60 anos do MAM-SP. No Manifesto, firmado em parceria com Pierre Restany e Sepp Baendereck em 1978, são lançadas as bases conceituais para uma nova consciência ambiental e existencial, denominada de naturalismo. A idéia é que a arte, assim como a visão ambiental do ser humano, seja destituída da busca pelo poder, em qualquer âmbito que isso possa ser encontrado (social, político, religioso), para encontrar uma nova sensibilidade aguçada, livre de julgamentos e diretamente ligada à limpeza e prontidão da percepção.
natureza, está próximo de se tornar
um país de caatinga e cerrados,
com exceção de alguns parques e
monumentos ecológicos. Estamos
próximos do completo esgotamento
Precisamos urgentemente distinguir
o uso do abuso, a exploração da
devastação. Só assim os recursos
naturais poderão continuar sendo
usados pelo homem.
FRANS KRAJCBERG
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